Simulacro na Biblioteca Joanina coloca à prova capacidade de intervenção em emergências no património histórico

Forças de emergência e de segurança passam no teste que simulou um incêndio na Biblioteca Joanina da Universidade de Coimbra.

31 outubro, 2024≈ 3 mins de leitura

© UC | DCOM

Com o objetivo de testar as medidas de autoproteção da Biblioteca Joanina e avaliar o Plano Especial de Emergência de Proteção Civil do Centro Urbano Antigo e ainda o Plano Municipal de Emergência e Proteção Civil de Coimbra, o simulacro HeritEx24 simulou um incêndio no piso nobre daquela que é considerada uma das bibliotecas mais bonitas do mundo.

No simulacro estiveram presentes 56 operacionais e 18 veículos da Companhia de Bombeiros Sapadores de Coimbra, dos Bombeiros Voluntários de Coimbra e de Brasfemes, da Cruz Vermelha Portuguesa, da Polícia de Segurança Pública, da Polícia Municipal e ainda cerca de 176 formandos do 1º Curso de Intervenção em Emergências no Património Histórico, promovido pela Câmara Municipal de Coimbra, através do Serviço Municipal de Proteção Civil, em colaboração com a Universidade de Coimbra.

Durante o exercício, que durou pouco mais de uma hora, as equipas de bombeiros dominaram as chamas, efetuaram o salvamento de um vítima e resgataram diversas peças do interior da Biblioteca que se encontravam em risco.

No final, o balanço foi muito positivo, com destaque para a boa articulação e o empenho de todos os intervenientes no simulacro que fechou três dias de formação ministrada pela Fundación Fuego e promovida pelo Serviço Municipal de Proteção Civil de Coimbra, em colaboração com a Universidade de Coimbra (UC).

“O património é demasiado valioso para não termos todos os cuidados que estejam ao nosso alcance. Temos o nosso plano de gestão de risco, sempre a ser construído e atualizado e este curso veio em boa hora. Este simulacro é seguramente uma peça importantíssima neste caminho da proteção daquilo que temos e que, no fundo, é a nossa história, que representa muito o que é e o que foi o nosso país”, referiu o Reitor da UC, Amílcar Falcão, na sessão de encerramento do curso que teve lugar no Auditório da Reitoria.

"Não há simulacros perfeitos, não há situações de emergência perfeitas, mas correram bem e dão pistas importantes para podermos continuar a melhorar”, destacou o vice-reitor para o Património, Edificado e Turismo da UC, Alfredo Dias, salientando que “outro aspeto importante é ter ocorrido na Biblioteca Joanina”. “Nós testámos a zona provavelmente mais sensível que temos na Universidade e isso também é muito positivo e a resposta foi globalmente boa”, sublinhou Alfredo Dias.

“Em Coimbra, é inédito. Não há histórico de termos este tipo de iniciativa relacionada com os incêndios e com o Património. Com estas características, com esta grandeza de operacionalidade, é de facto inédito”, avançou o vereador da Proteção Civil da CM de Coimbra, Carlos Matias Lopes, considerando que o balanço foi “extremamente positivo”. “Conseguimos conciliar aquilo que é a resposta da Proteção Civil e dos Bombeiros com a atuação também de um conjunto de pessoas que, neste caso concreto, tiveram de cuidar das obras e dos livros que foram retirados da Biblioteca Joanina. São duas vertentes muito interessantes desta atuação: por um lado o ataque ao incêndio e por outro a preservação de um bem material. Correu tudo bem e foi tudo salvo”, conclui Carlos Matias Lopes.

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