Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra celebra 188 anos com otimismo e novas perspetivas
A sessão comemorativa decorreu a 5 de dezembro no Colégio da Trindade.
A Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (FDUC) comemorou, no dia 5 de dezembro, 188 anos de história com uma cerimónia que celebrou a importância da instituição no cenário jurídico e académico, nacional e internacional. O diretor da FDUC, Jónatas Machado, frisou a relevância da Faculdade na formação de juristas comprometidos com a justiça e o estado de direito democrático, ao mesmo tempo em que abordou os desafios que ainda se colocam para o futuro.
“Hoje celebramos mais um ditoso aniversário da nossa Faculdade, empenhados na criação e disseminação de conhecimentos e no cumprimento da responsabilidade social de formar juristas aptos a responder aos problemas do nosso tempo, num quadro de liberdade de pensamento e diálogo crítico”, afirmou Jónatas Machado.
O diretor destacou a dinâmica intensa da FDUC, com diversas iniciativas académicas e científicas promovidas semanalmente. “Essa agradável e produtiva ebulição social e intelectual permite diagnosticar e conhecer problemas, ampliar redes de contacto e promover debates e propostas legislativas e administrativas em prol de benefícios jurídicos para toda a comunidade”.
Sobre os desafios, Jónatas Machado alertou para o impacto negativo da reforma do ensino superior no interesse pela carreira académica e pela retenção de alunos de excelência, “o desmantelamento da carreira docente tornou mais difícil reter talentos, uma situação que só poderá ser mitigada com mudanças na legislação".
Contudo, o tom geral foi de otimismo. O responsável destacou a colaboração com instituições internacionais e iniciativas como o mestrado em parceria com a Universidade de Timor-Leste e outras colaborações com países de língua portuguesa, "a Faculdade tem sido um mosaico cultural, com estudantes de mais de 50 nacionalidades, enriquecendo a experiência académica Coimbrã”.
A cerimónia também contou com apontamentos sobre a celebração dos 500 anos do nascimento de Luís de Camões, apresentada pelo decano Rui de Figueiredo Marcos, e a presença da Embaixadora de Timor-Leste, Isabel Amaral Guterres, que destacou as ligações culturais e académicas entre os dois países. “Podemos estar geograficamente distantes, mas estamos espiritualmente próximos”, sublinhou Jónatas Machado.
O diretor concluiu com uma mensagem de esperança e confiança. “É num registo otimista e confiante que comemoramos mais este aniversário, cientes de que os sucessos da nossa Faculdade se devem ao talento e à dedicação dos seus docentes, técnicos e estudantes, cujo trabalho inspira a construção de um futuro ainda mais promissor.”
“A evolução da FDUC tem sido bastante grande e positiva”, em especial na vertente da investigação, considera o Reitor da UC, Amílcar Falcão. “Para mim é muito gratificante, passados 14 anos de Reitoria, poder dizer que, hoje em dia, a UC tem muito mais financiamento e muitos mais projetos europeus do que nacionais”. A FDUC é um exemplo, “são muitos os projetos europeus que a Faculdade de Direito tem no seu seio e, inclusivamente, coordena parte deles, o que é um ganho, em termos científicos, notável.”
Quanto ao alerta lançado pelo diretor da FDUC, perante a dificuldade em reter talentos, o Reitor da UC propõe uma reflexão mais positiva. “Exportar pessoas qualificadas para o resto do país e do mundo não é necessariamente um problema, é preciso saber aproveitá-lo”. Tomando como exemplo a FDUC, “os nossos alunos não têm dificuldade em encontrar emprego nos melhores escritórios de advogados em Lisboa”, como também mostram ser bem-sucedidos nos cursos para magistrados. Significa que “são pessoas bem formadas e qualificadas”.
Por fim, Amílcar Falcão destaca as intervenções de que a FDUC está a ser alvo. As obras que decorrem no Paço das Escolas, em particular nos Gerais, “irão certamente levar a um aumento substancial da qualidade dos espaços da Faculdade de Direito”. Também a futura Biblioteca da FDUC foi apontada pelo Reitor da UC como uma “obra notável, da autoria do arquiteto Siza Vieira”.
“Será um local quase de culto, não só para os arquitetos como também para os profissionais da área de Direito, uma vez que o acervo da FDUC é dos mais impressionantes e ricos que existe no mundo.” Amílcar Falcão está certo de que a Biblioteca da FDUC é uma obra “que perdurará para o futuro”. O Reitor da UC considera que “ter uma obra desta qualidade no polo 1, na zona classificada pela UNESCO, será um momento histórico para a Universidade de Coimbra.”
Para terminar o Reitor da UC agradeceu à Faculdade de Direito, desejando “que estes 188 anos de glória se repitam porque o prestígio da Faculdade de Direito, que é muito pelo mundo fora, é também o prestígio da Universidade de Coimbra.”
A sessão contou ainda com as intervenções do Vice-Reitor da UC para o Património, Edificado e Turismo, Alfredo Dias e do Vice-Reitor da UC para as Relações Externas e Alumni, João Nuno Calvão da Silva.
A cerimónia de aniversário terminou com a assinatura de protocolos e a entrega de prémios escolares, depois de um momento musical “Sintonias”, da Ensemble da Orquestra Clássica do Centro.