Estufa Fria do Jardim Botânico da Universidade de Coimbra reabre ao público

A partir deste sábado, 16 de novembro, a Estufa Fria fica aberta ao público em geral, durante o horário de funcionamento do Jardim Botânico da Universidade de Coimbra.

AB
Ana Bartolomeu
KP
Karine Paniza
16 novembro, 2024≈ 3 mins de leitura

© UC l Ana Bartolomeu

A Estufa Fria, também conhecida como “Casa de Sombra”, foi projetada pelo arquiteto português Cottinelli Telmo e construída no final da década de 40 do século XX, “integrada nas obras do Estado Novo na Alta de Coimbra”, conta a diretora do Jardim Botânico da Universidade de Coimbra (JBUC), Teresa Girão. Coincide também com o último grande período de obras no JBUC, sob a direção de Abílio Fernandes.

“Do que conseguimos apurar, a Estufa Fria nunca terá estado, em permanência, aberta ao público”, admite a responsável, “apenas abria para visitas guiadas ou visitas escolares”. Uma realidade que muda a partir deste sábado, 16 de setembro, com a cerimónia de “reabertura da Estufa Fria”, agora ao público em geral e com o mesmo horário de funcionamento do JBUC.

“Para além de termos terminado uma série de reparações nas infraestruturas, na calçada, nas canalizações e na iluminação, temos também a oportunidade de colocar neste espaço alguns painéis expositivos, que facilitam a visita livre, para que todos os visitantes possam perceber as coleções de plantas que temos na Estufa Fria”, acrescenta Teresa Girão.

A cerimónia marca também o encerramento das celebrações dos 250 anos do Jardim Botânico da Universidade de Coimbra, que decorrem há dois anos, exatamente o mesmo tempo que o JBUC demorou a erguer-se: “desde a data de fundação, 1772, até 1774, quando chegaram as primeira plantas.”

A Estufa Fria é um “local abrigado e fresco”, habitado por uma flora adaptada a ambientes húmidos e sombrios. Da coleção de plantas ali alojadas, o botânico do JBUC, João Farminhão, destaca a selaginella, "que não é um feto, não é um musgo, nem uma planta com semente", mas sim uma espécie que pertence a um grupo de plantas "chamado de licófitos" que, de tão antigo que é, ajuda a perceber a evolução das plantas terrestres ao longo do tempo.

No topo da Estufa Fria, sobressai a cica-africana, "uma planta trazida pelo Professor Jorge Paiva de Moçambique, nos anos 60, que nos ajuda a contar um capítulo da história da evolução das sementes", conta João Farminhão. "É uma planta que parece vinda do tempo dos dinossauros".

Há também plantas aquáticas, como o ceratophyllum ou "erva-do-peixe-dourado", que "se encontra coberta por uns espinhos que a defende da maior parte dos predadores." Estas são apenas algumas das espécies "mais emblemáticas" que se podem encontrar na Estufa Fria. As restantes podem ser conhecidas numa visita ao Jardim Botânico, entre 9h00 e as 17h30, todos os dias da semana.

Partilhe