Cientista da Universidade de Coimbra nomeada para Grupo de Peritos da Organização Mundial da Saúde

A investigadora do Centro de Estudos de Geografia e Ordenamento do Território, Mónica Rodrigues, vai integrar o grupo de peritos que vai preparar a Agenda de Investigação para a Ação sobre Clima e Saúde (REACH 2035).

25 setembro, 2024≈ 4 mins de leitura

© UC | Ana Bartolomeu

A investigadora da Universidade de Coimbra (UC), Mónica Rodrigues, foi convidada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para integrar o grupo de peritos que vai preparar a Agenda de Investigação para a Ação sobre Clima e Saúde (REACH 2035).

Este grupo de peritos vai ser responsável por definir as prioridades de investigação partilhadas e orientadas para o futuro, a fim de satisfazer as necessidades de evidências por parte de decisores políticos, de implementadores de programas e de promotores de proteção e resposta aos impactos das alterações climáticas na saúde.

Para a investigadora do Centro de Estudos de Geografia e Ordenamento do Território (CEGOT) da UC, esta nomeação “representa o reconhecimento internacional da investigação científica que tenho desenvolvido nos últimos anos, e do contributo sobre os impactos das alterações climáticas na saúde”.

O REACH 2035 vai funcionar, em linhas gerais, como um mapa global para quem lidera e financia a investigação, orientando a investigação para questões acionáveis e de alta prioridade, alinhando-a com as necessidades das comunidades e dos decisores, e apoiando a tradução, a todos os níveis, das evidências científicas em políticas e práticas.

"A investigação sobre os impactos das alterações climáticas na saúde tem tido destaque na última década. No entanto, lacunas nas evidências e falta de investigação aplicada atrasam os conhecimentos-base necessários para implementar soluções eficazes – nos setores da saúde, do clima, da energia e outros – para avançar mutuamente os objetivos das alterações climáticas e da saúde global", destaca a cientista.

O cumprimento dos objetivos da OMS para as alterações climáticas e saúde vai exigisr novos tipos de evidências e novas formas de produzir investigação. Neste contexto, os principais objetivos do REACH 2035 são: 1. estabelecer uma agenda partilhada de prioridades de investigação orientadas para o futuro, que possa mobilizar investigação acionável e apoiar a tradução de evidências em políticas e práticas; 2. promover um alinhamento mais sólido entre as comunidades de investigação e todos aqueles que utilizam os dados da investigação para a tomada de decisões – comunidades, implementadores de programas, decisores políticos e outros; 3. expandir e maximizar a escala e o impacto do financiamento de investigação sobre alterações climáticas e saúde, orientando os parceiros de financiamento a apoiar a investigação alinhada com as necessidades da comunidade e dos decisores; 4. promover investigação inclusiva e equitativa centrada nas prioridades das populações que correm maiores riscos devido às alterações climáticas.

“As alterações climáticas são amplamente reconhecidas como um dos atuais desafios para a saúde, e uma abordagem dos desafios interligados das alterações climáticas e da saúde é uma prioridade para a OMS, tal como estabelecido no Décimo Quarto Programa Geral de Trabalho (2025-2028), que definiu as alterações climáticas como um dos seus objetivos estratégicos”, contextualiza Mónica Rodrigues.