TAGV propõe "novas ligações e novas proximidades"

Já é conhecida a programação do Teatro Académico de Gil Vicente para os próximos meses. "Meia Temporada" leva espetáculos e eventos a sair do auditório.

AB
Ana Bartolomeu
KP
Karine Paniza
05 fevereiro, 2025≈ 3 mins de leitura

© TAGV | João Duarte

"É o primeiro ciclo em que a marca desta equipa está bem visível", começou por salientar o diretor do Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV), Sílvio Correia Santos. Na apresentação da "Meia Temporada", programação que compreende os meses de fevereiro a julho, o responsável assegura que este ciclo de eventos demonstra "o caminho que a atual equipa quer percorrer com o TAGV".

Para esta "Meia Temporada", o TAGV propõe “novas ligações e novas proximidades”. Estão previstos “espetáculos que saem do seu auditório, e que dão corpo a um desejo de fruir o ar livre, os espaços verdes, mas também a cidade”. Um dos palcos será o Jardim Botânico da Universidade de Coimbra (JBUC), que receberá “Concerto Para Uma Árvore”, de Fernando Mota, e “Paisagens Inúteis”, performance de Vanda Rodrigues que lança a questão: “Até que ponto o quotidiano nos permite ver e ouvir uma paisagem?” Neste sentido, estão também previstas “caminhadas pela cidade e sessões de meditação” nas quais se pretende “olhar à volta, mas também olhar para nós próprios, através da arte”, acrescenta Sílvio Correia Santos.

Na apresentação da “Meia Temporada”, o diretor do TAGV destacou o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido para “reforçar a ligação a estruturas locais”. Sílvio Correia Santos considera que o Teatro Académico de Gil Vicente é hoje um “catalisador do que acontece na cidade”, e que não se limita às artes performativas. Exemplo disso são as exposições de fotografia que trazem ao TAGV obras do espólio do CAV – Centro de Artes Visuais, e uma “seleção de revistas com curadoria do Departamento” que está agora disponível no Café Teatro, num convite aos cidadãos para “se sentarem no bar e folhearem uma das boas publicações que lá temos para consulta”.

Para além das colaborações com diversas entidades e associações da cidade, no caminho do TAGV colocam-se também as escolas, numa tentativa “de estabelecer pontes com o público mais jovem”, revela o diretor.

O Vice-Reitor para a Cultura e Ciência Aberta da Universidade de Coimbra (UC), Delfim Leão, elogia a abertura a que o TAGV se propõe. Nesta "Meia Temporada", o TAGV "abre-se à possibilidade de sair daqui, promovendo espetáculos no JBUC e na Capela do Colégio das Artes, desenhando uma área de intervenção que é aquela que corresponde ao próprio pulmão cultural da Universidade, onde queremos concentrar grande parte das atividades".

A programação é "coerente" e está "pensada para vários públicos", considera Delfim Leão. Nos próximos meses, o palco do TAGV recebe desde "artistas com grande projeção", como grupos ainda emergentes e pouco conhecidos, refletindo um dos papéis que a instituição tem para com a cultura na região. “Há uma responsabilidade que o TAGV tem de apoiar os grupos emergentes, de lhes dar um palco e de os ajudar a crescer”.

"Independentemente de termos a casa cheia, um dado muito positivo é o de que, depois da quebra que houve no contexto da pandemia, o TAGV está, de forma consistente, a aumentar o número de espetadores", revela o Vice-Reitor da UC. "E cremos que, com a programação deste ano, a tendência se irá acentuar", acredita Delfim Leão.

A programação do Teatro Académico de Gil Vicente está disponível aqui.

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