Acervo bibliográfico de Mário Mesquita dá origem a Biblioteca na FLUC
A Sala "Mário Mesquita" no Colégio de São Jerónimo, sede da Secção de Comunicação da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, reúne quatro mil livros do jornalista que se dedicou ao estudo dos media.
Ficou cumprida a vontade de Mário Mesquita. "O meu pai sempre falou em doar os seus livros, que eram a coisa mais preciosa dele", conta a filha do jornalista, Ana Mesquita. Do seu espólio foram selecionados quatro mil livros, que estão agora à disposição de todos os estudantes no Colégio de São Jerónimo, sede da Secção de Comunicação da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC).
Para Ana Mesquita, não havia grandes dúvidas no destino que deveria dar aos livros do pai, "Coimbra foi este projeto de sonho, da construção de uma coisa de raíz", numa menção ao papel que Mário Mesquita desempenhou na fundação do curso de Jornalismo na Universidade de Coimbra (UC).
A importância do espólio não se fica pela variedade e quantidade de obras sobre as Ciências da Comunicação. “Estes livros foram comprados, lidos e sublinhados a lápis" por Mário Mesquita, recorda a esposa, Clotilde Mesquita. Em muitos deles, lêem-se apontamentos que deram origem a trabalhos de investigação. “Como alunos, por favor, utilizem estas ferramentas", pediu Clotilde Mesquita, "foram as ferramentas que ele utilizou para fazer coisas novas naquela altura, o esforço dele está aqui."
A inauguração da Sala "Mário Mesquita" é vista pelo diretor da FLUC, Albano Figueiredo, como o "encerrar das comemorações dos 30 anos do curso de Jornalismo" na Universidade de Coimbra. O espaço que deu lugar ao acervo bibliográfico do jornalista não podia ser outro, "fazia todo o sentido que os livros de Mário Mesquita estivessem ao pé dos estudantes de Ciências da Comunicação".
O espólio será catalogado no espaço de um ano. A partir desta coleção, "será possível perceber o pensamento de Mário Mesquita acerca da comunicação e os cruzamentos que fazia com a literatura, o cinema", entre outras áreas, destaca o docente Carlos Camponez.
Mário Mesquita dedicou-se ao jornalismo, chegando a ocupar o lugar de diretor do Diário de Notícias. Como grande estudioso dos media, contribuiu para a afirmação do Jornalismo como campo científico em Portugal e, consequentemente, para a formação de repórteres. O seu empenho na introdução dos estudos em Jornalismo na FLUC, no início dos anos 90, foi crucial para instalar o novo curso e lançar as bases do então novo Instituto de Estudos Jornalísticos, criado no ano letivo de 1993-1994.